segunda-feira, 21 de março de 2011


Uma pressa e um desespero pelo futuro que, invariavelmente, só será descoberto ao virar presente. Um medo, um medo de aquela linha romper, de aquele gosto sumir, do momento acabar... Mesmo sabendo que, certamente, não vai durar para sempre.

Ansiedades vãs e eu compondo uma rotina de urgências frívolas. Que descuido! Com isso eu perco o gesto, o sorriso, o contato, as pequenezas do que é certo e existente, hoje e agora, sem dependência do que foi ou do que há de vir.

3 comentários:

  1. Compartilho da pressa sabendo que a mesma irá reverter em nostalgia quando menos esperar.

    Como disse antes, nível Gabriel García Márques!

    Gostei demais!
    ;*

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  2. Me identifiquei demais!
    Lindo, Subby! Saudades!
    Beijo

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  3. Do desejo


    Sê, apenas. Como folhas
    que vão para o nada,
    sem apelos de sul ou de norte;
    que se só deixam a causa do caule
    pelo coito breve das plumas.
    Sê, apenas – na superfície –,
    se deixando ao abrigo do acaso,
    essas setas que dobram do dia
    até destilarem os traços.
    Sê, apenas. E caminhar
    nos vales do ermo,
    com mil flores brotando dos cascos!

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