sábado, 16 de fevereiro de 2013


A branda luz, que emana do único poste, alimenta minhas mais lancinantes lembranças. Talvez o clima lúgubre, talvez meu corpo sempre disposto e aberto ao passado, talvez eu ainda presa às maldades da memória.  Aquele pequeno alaranjado se mostrando tímido quando olho pela janela e alguns insetos tornam a paisagem, ironicamente, mais morta. Eu escaparia se fosse possível. Mas a cena, ao mesmo tempo em que me puxa, me faz imergir num emaranhado de sonhos e sensações do que outrora foi real.  A minha relação com um poste de pouca luz nunca foi tão íntima, na verdade, a minha relação com um poste qualquer. Olhar pela janela nunca foi tão aterrorizante e tentador. Finalmente rompo a catarse, consegui segurar as pálpebras em um piscar. É um momento delicado, exige destreza. Já não estou coberta de recordações. Fecho a janela de olhos fechados, agora estou atenta: abrir os olhos e ver, sempre foi um risco. 

sábado, 10 de dezembro de 2011

Dona dos pecados tão mortais, dos olhos que passeiam pelos sonhos de mil... a atordoar mentes quietas, a perpetuar a loucura dos que não podem. O mundo todo submerso em seu perfume e minha cabeça zonza de tanto você aqui.

domingo, 1 de maio de 2011

A novidade que apraz
Agora, meu vício
Me toma nas mãos e mistura
em mim desejos intermináveis.